24 de set. de 2010

A consolidação do novo Brasil

Antonio Neto (*)

A capitalização da Petrobras, realizada hoje (24/09), é um marco na história do país. Além de sua importância estratégica, a ampliação da participação do Estado na empresa representa a consolidação do novo Brasil que começou a ser construído nos últimos oito anos. Entre as diversas simbologias que marcam este evento, uma nos chama a atenção. Nas mãos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estará o martelo que outrora fora usado para desmantelar o patrimônio público e que agora servirá para reconstruí-lo.



A maior capitalização da história da humanidade marcará ainda uma espécie de redescoberta do país, a reafirmação de nossa independência através da utilização de uma gigantesca riqueza natural para construir uma pujante, inovadora e promissora indústria nacional, que dará sustentação a um processo contínuo de desenvolvimento econômico e social.

Para nós do movimento sindical, a capitalização terá um caráter especial. Ela simboliza o enterro de um período de desmantelamento. Por isso estaremos na Bovespa. Não como anteriormente, quando ocupamos o pregão para deixar claro ao mundo que no Brasil os trabalhadores resistiam a entrega do patrimônio público, mas sim para saudar o fortalecimento da mais importante estatal brasileira, a Petrobras.
Desde a descoberta, afirmamos que o pré-sal é uma das maiores oportunidades econômicas da história do nosso país. Mas esta riqueza só será revertida em benefício do povo se o petróleo for, efetivamente, explorado pela Petrobras. Somente o setor público utilizará os recursos provenientes desta dádiva para desenvolver a pesquisa e inovação tecnológica, a educação de qualidade e uma indústria petroquímica capaz de impulsionar toda uma cadeia produtiva.

Esta premissa foi estabelecida pelo presidente Lula, ao afirmar que o petróleo voltará a pertencer ao povo brasileiro e que o Brasil não será exportador de óleo cru. Lula deixou claro que o novo Brasil pensa grande, prioriza o bem-estar de sua população e, acima de tudo, passou a ter novamente planejamento estratégico.

Cabe a nós, neste momento histórico, além de lutar para consolidar esta conquista, exaltar a memória de brasileiros patriotas que contribuíram para que o Brasil se tornasse uma das maiores potências mundiais de petróleo.

Nada disso teria acontecido sem os sonhos de Monteiro Lobato, sem o patriotismo do presidente Getúlio Vargas, sem a vibrante e nacionalista militância de personalidades como Barbosa Lima Sobrinho, Eusébio Rocha, General Horta Barbosa, Alice Tibiriçá e a luta de milhares de jovens, mulheres e trabalhadores anônimos que dedicaram importantes parcelas de suas vidas para defender um futuro mais promissor para o povo brasileiro.

Estamos convictos de que o Brasil será a nação soberana, democrática e igualitária que sempre sonhamos. Afirmamos isso com a mesma certeza com que nossos antepassados diziam que o petróleo de Lobato estava destinado a ser explorado por uma estatal brasileira. E assim será.

(*) Presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação (Sindpd); membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), e do Diretório Nacional do PMDB.

Cerimônia na BM&FBOVESPA marca oferta pública de ações da Petrobras

O tradicional toque da campainha da Bovespa, que simboliza a abertura do pregão, marcou o início da oferta pública de ações da Petrobras, nesta sexta-feira, 24/9. A cerimônia contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, do Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo.

Os papéis da Companhia começaram a ser comercializados hoje (24/9) na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sob a forma de ADS. Na segunda-feira, 27/9, tem início a negociação das ações da oferta brasileira, na Bolsa de Valores de São Paulo.

Estrutura da oferta

A Oferta compreende a oferta pública de distribuição primária de 2.174.073.900 novas ações ordinárias e de 1.585.867.998 novas ações preferenciais, realizada por meio de um aumento de capital da Companhia, dentro do limite do seu capital autorizado, que observará a atual proporção entre ações ordinárias e ações preferências de emissão da Companhia (exceto a hipótese de emissão de Ações e/ou ADS do exercício de Opção de Lote Adicional e/ou opção de Lote Suplementar), e que excluirá o direito de preferência dos atuais acionistas da Companhia.
A Oferta se realiza simultaneamente no Brasil, em mercado de balcão não organizado, mediante uma oferta pública de distribuição primária de Ações, a ser registrada na CVM, sob a coordenação dos Coordenadores Globais da Oferta, dos Coordenadores da Oferta, dos Coordenadores Contratados e com a participação de determinadas instituições intermediárias autorizadas a operar no mercado de capitais brasileiro, credenciadas junto à BM&FBOVESPA, as quais farão parte exclusivamente da Oferta; e no exterior, mediante uma oferta pública de distribuição primária de Ações sob a forma de ADS, representados por ADR, a ser registrada de acordo com o Securities Act, sob a coordenação dos Coordenadores Globais da Oferta Internacional, e com a participação de determinadas instituições contratadas.
À quantidade total das Ações inicialmente ofertadas poderá ser acrescido (sem considerar as Ações Suplementares e as ADS Suplementares) um lote adicional equivalente a até 20% das Ações Ordinárias e/ou Ações Preferenciais da Oferta Global, incluindo sob a forma de ADS, no momento em que for fixado o Preço por Ação, a critério da Companhia, nas mesmas condições e preço inicialmente ofertados.
Sem prejuízo do exercício da Opção de Lote Adicional, a quantidade de Ações da Oferta a ser inicialmente ofertada poderá ser acrescida de um lote suplementar de até 187.997.094 Ações a serem emitidas pela Companhia, incluindo sob a forma de ADS, nas mesmas condições e preço inicialmente ofertados. A Opção de Lote Suplementar compreende: (a) a opção a ser outorgada pela Companhia aos Coordenadores Globais da Oferta; e (b) a opção a ser outorgada pela Companhia aos Coordenadores Globais da Oferta Internacional. Ambas opções somente serão destinadas exclusivamente a atender um eventual excesso de demanda referente às Ações e ADS que vier a ser constatado no decorrer da Oferta.

Publico Alvo da Oferta
A Oferta se direciona, na Oferta Prioritária, aos atuais acionistas, incluindo os Fundos Mútuos de Privatização – FGTS, pela sua posição de custódia ao final do dia 10 de setembro de 2010; na Oferta de Varejo, aos Investidores Não Institucionais, inclusive Empregados e Fundos FIA-Petrobras; e, na Oferta Institucional, aos Investidores Institucionais.

Destinação de Recursos
A Companhia pretende utilizar os recursos líquidos captados na distribuição de Ações, no contexto da Oferta, com o seguinte propósito:
• aproximadamente, 68,0% em contrapartida à Cessão Onerosa; e
• aproximadamente, 32,0% para financiar os investimentos da Companhia, que, de acordo com o seu plano de negócios para 2010-2014, são da ordem de US$224 bilhões, assim como para manter uma estrutura de capital e índices de alavancagem adequados.

Cronograma da Oferta
Principais eventos das próximas etapas da Oferta Pública de Ações:

24 de setembro de 2010
Concessão do Registro da Oferta pela CVM;
Publicação da ata de Reunião do Conselho de Administração da Companhia que aprova o Preço por Ação;
Publicação do Anúncio de Início;
Disponibilização do Prospecto Definitivo nas páginas da rede mundial de computadores da CVM, da Companhia e dos Coordenadores Globais da Oferta;
Início da Negociação das Ações sob a forma de ADS, na NYSE;
Início do Prazo para Exercício da Opção de Lote Suplementar.

27 de setembro de 2010
Início da Negociação das Ações da Oferta Brasileira na BM&FBOVESPA.

28 de setembro de 2010
Encerramento do prazo para entrega de LFT para liquidação da Oferta Prioritária.

29 de setembro de 2010
Data de Liquidação das Ações da Oferta.

25 de outubro de 2010
Encerramento do Prazo de Exercício da Opção de Lote Suplementar.

29 de outubro de 2010
Data Máxima de Liquidação das Ações Suplementares e/ou ADSs Suplementares.

24 de março de 2011
Data Máxima para Publicação do Anúncio de Encerramento

22 de set. de 2010

Duke Energy entra no ranking de sustentabilidade da Dow Jones

Empresa ingressa a lista das mais bem avaliadas graças às suas práticas sustentáveis
A matriz americana da Duke Energy agora passa a fazer parte do índice Dow Jones de sustentabilidade (Dow Jones Sustainability Index). O reconhecimento se deve pelos programas e estratégias de negócios que a empresa tem desenvolvido nos últimos anos com o objetivo de garantir o crescimento do negócio de forma sustentável, isto é, preservando o meio ambiente, criando novas tecnologias para geração de energia limpa e fomentando o crescimento socioeconômico das comunidades em que está presente.

No Brasil, onde a empresa é concessionária de oito usinas na região do Paranapanema, esse posicionamento é refletido nas várias ações de preservação do meio ambiente e de apoio às comunidades do Paranapanema. Entre as iniciativas destacam-se o repovoamento de reservatórios com 1,5 milhão de alevinos de espécies nativas do rio Paranapanema a cada ano; o acompanhamento dos processos de erosão, assoreamento e solapamentos nas oito usinas, e a recuperação ambiental dos canteiros das obras das usinas Canoas I e II e Rosana.

Além disso, a companhia reflorestou, em 2009, 262 hectares com espécies florestais nativas, o que a levou a acumular, desde 1999 até o ano passado, 6.419 hectares reflorestados. Outro projeto da empresa é o programa de Promoção Florestal, que envolve o fornecimento de orientação técnica e a doação de mudas aos proprietários rurais. Em 2009, a ação resultou na doação de 169 mil mudas. Desde que foi criada, em 1999, o total doado já é de 2,2 milhões de mudas.

A Duke Energy desenvolve atividades de educação ambiental ao longo das comunidades, investe em ações de doação e patrocínio voltadas à formação socioambiental do cidadão e estabelece diversas parcerias e estudos com universidades (UEL, UEM, UNESP, UENP, entre outras).

Criado em 1999, o DJSI é utilizado para a análise de investidores mundiais sócio e ambientalmente responsáveis e destina-se a orientar gestores de carteira. Sua metodologia é elaborada pela companhia de administração de ativos SAM, com sede em Zurique, para o grupo de índices Dow Jones. Neste ano, 48 companhias foram adicionadas ao índice e 46 foram retiradas.

O índice deste ano é composto por 320 companhias do mundo inteiro, que atuam em 19 setores diferentes, como bancário, químico, automobilístico, serviços públicos e petróleo e gás.

Sobre a Duke Energy Geração Paranapanema
A Duke Energy Geração Paranapanema S.A., é subsidiária da Duke Energy Corp, uma das maiores companhias do setor energético dos Estados Unidos. Com 293 colaboradores, atua na produção e comercialização de energia elétrica por meio da administração de oito usinas hidrelétricas instaladas ao longo do rio Paranapanema: Jurumirim, Chavantes, Salto Grande, Capivara, Taquaruçu, Rosana, Canoas I e Canoas II (estas últimas operadas em consórcio com a Companhia Brasileira de Alumínio – CBA). Com capacidade total instalada de 2307 MW, a companhia é considerada uma das maiores geradoras privadas do país, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) respondendo, aproximadamente, por 2,3% da energia total produzida no país.

21 de set. de 2010

Governo e iniciativa privada discutiram avanços no setor energético

Ontem, dia 20 de setembro, um grande debate sobre energia foi realizado em São Paulo. Entre os temas presentes estavam o potencial energético do Brasil, a produção de energia verde, os empecilhos ao aproveitamento do pré-sal e as carências e riscos de investimento no setor elétrico

Para debater as novas diretrizes energéticas a serem assumidas com a transição de governo, a revista EXAME promoveu o EXAME Fórum de Energia 2010. O evento chegou neste ano à terceira edição e aconteceu no hotel Blue Tree Premium Morumbi,

As discussões foram realizadas com representantes do governo, do setor empresarial público e privado, bem como de membros da sociedade civil. O encontro buscou fazer uma reflexão multifacetada sobre os avanços e necessidades do setor energético brasileiro.

Participaram: o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann; o biólogo Fernando Reinach, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética Maurício Tolmasquim e o presidente da PSR Mário Veiga discutem a diversidade de fontes de geração de energia e o potencial de rendimento delas no debate Brasil, potência energética?

Com a atual demanda global pelas chamadas fontes de energia limpa, o Brasil desponta não só pela sua atual matriz energética, composta 80% de uma fonte renovável, mas também pelo potencial de geração de energia por fontes limpas pouco exploradas como a eólica e a solar, além, é claro, da cana-de-açúcar.

O presidente da UNICA (União da Agroindústria Canavieira) Marcos Jank e o co-presidente da ERSA (Energias Renováveis S.A.) debateram este potencial energético renovável no painel O Brasil da energia verde. O sócio-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) Adriano Pires e o diretor presidente da DZ Negócios com Energia, David Zylbersztajn, deram prosseguimento às discussões abordando os principais obstáculos à exploração do pré-sal pelo Brasil nos próximos anos na discussão Os desafios do pré-sal. Este tema torna-se relevante pela possibilidade do Brasil tornar-se um grande exportador de petróleo, principal fonte energética mundial, que se encontra em extinção no contexto mundial.

No último ciclo de debates do dia, o Fórum abordou quais são as perspectivas futuras para o setor em termos de investimentos. Os debatedores da mesa Investimentos e riscos do setor elétrico serão Max Xavier Lins, diretor comercial e de suprimento de energia da Elektro, e Mozart Siqueira Campos Araújo, presidente executivo da Brennand Energia.

A mediação de todos os debates foi do jornalista e economista George Vidor