25 de fev. de 2010

Prontas as enzimas que fazem etanol de resíduos agrícolas

Produtos serão apresentados no Brasil em março e podem incrementar a produção do combustível para exportação

A indústria dinamarquesa de biotecnologia, Novozymes, pretende apresentar no mês que vem, no Brasil, dois produtos capazes de viabilizar a produção de etanol a partir de resíduos agrícolas, em escala comercial. São as enzimas batizadas de Cellic CTec2 (celulase) e a Cellic HTec2 (hemicelulase), que podem liberar os açúcares contidos na palha de milho, restos de madeira e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo. São proteínas especializadas em catálise biológica, resultado de uma pesquisa de dez anos. As novas enzimas também foram apresentadas na semana passada nos Estados Unidos, que devem começar em breve a produzir etanol a partir da palha e do sabugo do milho em suas usinas. A Novozymes calcula que as primeiras usinas pré-comerciais devem surgir no Brasil no ano que vem ou 2012. “Estamos desenvolvendo parcerias para habilitar o uso dessa tecnologia em escala comercial no país”, disse o presidente da Novozymes Latin America, Pedro Luiz Fernandes. A apresentação dos produtos será feita no F.O. Licht's Sugar and Ethanol Brazil 2010, evento voltado para o mercado sucroalcooleiro, que acontece em São Paulo, de 22 a 24 de março.

As primeiras plantas comerciais que vão produzir etanol celulósico nos EUA, a partir de 2011, poderão chegar a um preço de custo abaixo dos US$ 0,50 por litro do combustível, valor similar ao do etanol de primeira geração e da gasolina comercializada naquele país. Esse é o reflexo do resultado das pesquisas com as enzimas Cellic, que, depois de investimentos massivos tiveram uma redução de 80% no custo de fabricação, ficando em US$ 0,13 para cada litro de etanol produzido. “Com as novas enzimas Cellic, poderemos aumentar o potencial de produção de etanol celulósico no Brasil a partir do bagaço da cana-de-açúcar, visando o mercado de exportação”, continuou Pedro Luiz Fernandes. “A produção de etanol celulósico poderia ser vista como uma fonte de renda complementar a outras já existentes na indústria sucroalcooleira”, afirmou. Segundo a Novozymes, o governo brasileiro tem dispensado à empresa diversas formas de apoio em seus projetos de desenvolvimento de novas biotecnologias. A dinamarquesa garante que será capaz de fornecer os volumes de enzima que forem necessários para o segmento tanto no âmbito nacional como no internacional, quando o etanol 2G começar a ser produzido.

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